terça-feira, 6 de março de 2012

Ajustes


Hoje foi um dia onde a simplicidade e o silêncio
poderiam ter feito toda a diferença
e ter feito pesado menos a sombra da solidão.
No lugar de palavras não pensadas que me fizeram pensar,
quisera ter ouvido gritos de silêncio que fariam apagar as pegadas da ausência.
As vezes corremos o risco de ser transparentes e maleáveis demais
ao ponto de levar o outro a crer que seja descaso ou passividade
quando queremos mesmo, é preservar a preciosa Liberdade que cada um tem.
Confesso que ainda não consigo entender as pessoas
que precisam estar no abresto para serem felizes
ou depender do peso de uma mão ou de uma palavra
para poder dizer um "Eu te Amo" sincero
ou um "se liga, meu" sem ódio e sem medo.
Seria tão mais simples se convivêssemos com pessoas
que não odiassem nem tivessem medo dos jestos,
das palavras e que nas conversas, o respeito sem ódio
e sem medo prevalecesse.
Falta Paz. Falta Paz porque estamos na Era do individual.
Sabemos dos conflitos e teimamos em dizer não a eles
porque custa descer os degraus da nossa prepotência
e nos encontrarmos para ajustar os ponteiros do nosso relógio, juntos.
Não dialogamos porque esse processo custa.
Custa porque preferimos não confrontar
as idéias para decidir o caminho.
Certa vez, li um livro, de capa azul q trazia no roda-pé de sua dedicatória
uma frase que se fez norte na minha vida:
"Procurei a Deus e não e encontrei.
Procurei a mim mesmo e também não encontrei.
Procurei o outro, e nele, encontrei os três."
Não dá pra insistirmos em subir a montanha dos nossos dias
sem alguém do lado pra dividir conosco, quando a cede aperta,
o pouco da água que tem.
O pior é quando esse mistério abre espaço para a existência
de ausências numa vida a dois.
Bem ou mal, Deus nos conduziu até aqui
e acreditemos que continuará, sempre, nos conduzindo.
Amém.

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