domingo, 11 de março de 2012

Sinais


Sinais.
Como é confortante e singelo as formas
que Deus usa pra nos mostrar que está presente,
em nosso meio.
São vidas que nos ajudam a imaginar o rosto e
as mãos de Deus.
Santos dos dias de hoje.
Hoje, assisti o filme de Giuseppina Bakhita.
Retrato a força africana, mulher e morena.
Imagem vivo da singeleza, simplicidade.
Filha do Espírito.
Em terra que não era sua, conheceu a Liberdade
e da liberdade soube de um tal Jesus
que morreu como pobre e que também
viveu as humilhações que um escravo vive
e era filho de Deus.
O seu maior milagre foi amar sem condição
e sem barreiras.
Sua linguagem, era a do olhar e o gesto
que tocava o coração dos que cruzavam seu caminho.
Não tinha nada, mas dava tudo.
Conhecia um coração triste porque a tristeza
sempre esteve a sua volta, mas não dentro dela.
Fez-se irmã do povo,
Subida ao Altar da Igreja se tornou mais uma seta.
Entendeu o que é viver.
Como Padre Zeno, Padre Dehon, Irmã Dulce e tantos outros,
Bakhita teve a sorte de conhecer a Graça que vem do Céu
e se fez um pedaço do céu diante da nossa graça.

"Se tivesse hoje a oportunidade de encontrar os mercadores de escravos que me capturaram e até mesmo aqueles que me torturaram, eu ajoelharia e beijaria suas mãos, pois se isto não tivesse acontecido, eu, hoje, não seria cristã e religiosa."

Santa Bakhita, Rogai por nós.


terça-feira, 6 de março de 2012

Ajustes


Hoje foi um dia onde a simplicidade e o silêncio
poderiam ter feito toda a diferença
e ter feito pesado menos a sombra da solidão.
No lugar de palavras não pensadas que me fizeram pensar,
quisera ter ouvido gritos de silêncio que fariam apagar as pegadas da ausência.
As vezes corremos o risco de ser transparentes e maleáveis demais
ao ponto de levar o outro a crer que seja descaso ou passividade
quando queremos mesmo, é preservar a preciosa Liberdade que cada um tem.
Confesso que ainda não consigo entender as pessoas
que precisam estar no abresto para serem felizes
ou depender do peso de uma mão ou de uma palavra
para poder dizer um "Eu te Amo" sincero
ou um "se liga, meu" sem ódio e sem medo.
Seria tão mais simples se convivêssemos com pessoas
que não odiassem nem tivessem medo dos jestos,
das palavras e que nas conversas, o respeito sem ódio
e sem medo prevalecesse.
Falta Paz. Falta Paz porque estamos na Era do individual.
Sabemos dos conflitos e teimamos em dizer não a eles
porque custa descer os degraus da nossa prepotência
e nos encontrarmos para ajustar os ponteiros do nosso relógio, juntos.
Não dialogamos porque esse processo custa.
Custa porque preferimos não confrontar
as idéias para decidir o caminho.
Certa vez, li um livro, de capa azul q trazia no roda-pé de sua dedicatória
uma frase que se fez norte na minha vida:
"Procurei a Deus e não e encontrei.
Procurei a mim mesmo e também não encontrei.
Procurei o outro, e nele, encontrei os três."
Não dá pra insistirmos em subir a montanha dos nossos dias
sem alguém do lado pra dividir conosco, quando a cede aperta,
o pouco da água que tem.
O pior é quando esse mistério abre espaço para a existência
de ausências numa vida a dois.
Bem ou mal, Deus nos conduziu até aqui
e acreditemos que continuará, sempre, nos conduzindo.
Amém.

sábado, 3 de março de 2012

Encontros e despedidas

Conhecer.
É uma palavra complexa no meu vocabulário.
O que conhecer, como conhecer, quando conhecer, com quem conhecer e quem conhecer?
As vezes os ventos do norte, indesejáveis ventos do norte,
me sopram gritos no ouvido que me ensurdecem e deixa a mente tonta.
Pessoas.
Quem dera Deus me desse o dom
pra conhecer o misterioso coração humano.
Cada coração, um país.
Cada mente, um universo.
Amor.
Para cada inclinação humana, uma porcentagem do amor dado.

Seguindo as setas da vida,
encontrei o caminho da contra-mão.
Eu ando na tua contra-mão e você na minha.

não sei se já nos encontramos ou ainda continuamos a nos procurar.

Com a paciência, tudo se alcança, né Teresa?

Assim seja.

Amém.