Maldita sombra que me perturba,
me tira o sono e a paz.
Maldita cobra que vem sem pestanejar,
se aloja no meu 1º de janeiro e me faz o estomago enjoar.
Maldita verdade
que em todo meu inicio de ano se faz presente,
que em todo meu inicio de ano se faz presente,
detona minha mente,
e me faz, todo carnaval, a fantasia cair, a banda parar de tocar.
Maldito olhar que prende minha alma a ti
Que te autoriza quase que por escrito
Pisar no meu àtrio.
Renda-te a mim, Cálice que me deposita débito.
É contigo que me banho, me acanho e me faço perder.
É contigo que brindo minha desglória.
Tu que reenflama minhas chagas,
Me toma a mão ao teu redor;
Faz-me te abraçar,
E ao meu espelho em teu nível,
Faz derramar-me sobre meu próprio peito.
Maldito segundo em que rogara a Deus a cegueira
Pra que o coração não sentisse o que a mente nele o cravava cumpindo-se-à tal Sina.
Este maldito calice, que se mistura em minha veia.
Este amargo gosto que repito a cada ano.
Fogos, explosões, areia.
Inútil circo.